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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Prefeito Nestor se compromete em avançar com a pauta da Reforma Agrária


Após oito anos acampados às margens da BR 101, nas proximidades do centro de Wenceslau Guimarães, 45 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) conquistaram o seu pedaço de chão. Onde antes estava localizada a Fazenda Oriental de um único proprietário, agora chama-se Assentamento Candelária.

Em comemoração à essa conquista dos trabalhadores Sem Terra foi realizada nesta segunda-feira (29) uma grande assembleia de cunho político com todas as famílias do assentamento com o objetivo de reafirmar a continuidade da luta em defesa da Reforma Agrária. 

O Prefeito Nestor Vicente e sua comitiva, formada por secretários e diretores da prefeitura municipal, estiveram presentes homenageando as famílias. Assim como, o Deputado Federal Valmir Assunção (PT-BA), o Superintendente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Luiz Gugê, a articuladora política do MST no baixo sul, Lucinéia Durães, dirigente nacional do MST, Evanildo Costa, e os vereadores Lurdes Ludovico, Jacó e Álvaro Souza. 

Além destas representações políticas, diversos amigos do MST que acompanham a luta das famílias também compareceram.

Diante deste cenário de luta e referência na produção de alimentos saudáveis, Nestor Vicente afirmou que a Reforma Agrária é o progresso e o MST através de sua unidade política tem avançado no desenvolvimento das famílias de Wenceslau Guimarães.


As atividades na comunidade começaram logo cedo com um café da manhã coletivo preparado pelas famílias, com os frutos da produção do assentamento. Em seguida, todos se dirigiram ao espaço de reuniões da comunidade. 

Mística

A juventude do assentamento preparou uma apresentação de abertura da assembleia onde trouxe elementos da história de luta das famílias e a coletividade como princípio político de organização. 

O facão, a terra, produção, água, os barracos e as crianças foram alguns dos símbolos que apareceram no espaço, fazendo referência a conquista dos trabalhadores. 

Embalados pelas canções que marcam a história de cada família na luta pela terra, este momento se encerrou com o vídeo “Assentamento Candelária”, produzido pelo coletivo de comunicação do MST na Bahia. 

Assista o vídeo AQUI


De acordo Lucinéia Durães, a conquista deste assentamento renova as energias e motiva os trabalhadores Sem Terra a permanecer lutando. 

“É necessário reafirmarmos o compromisso de continuar na luta. Temos outros passos para dá e nossa função social é organizar os trabalhadores e fazer ocupação”, enfatiza. 

Evanildo Costa acredita que a Reforma Agrária é a base política que garante a construção de uma sociedade igualitária, mesmo diante do cenário econômico vivido pelos brasileiros. 

“Precisamos compreender a crise econômica e como ela nos afeta em todas as dimensões sociais. É necessário pautarmos a luta pela terra e garantirmos a nossa soberania alimentar. Esta estrutura política do capital intervém inclusive nas questões administrativas dos municípios”, explica Costa. 

Já Luiz Gugê aponta a terra como um instrumento de desenvolvimento social, político e econômico das pessoas. 

Prefeitura Trabalhando

Neste momento de conquista, a Prefeitura Municipal se colocou à disposição para ajudar a construir melhores condições de vida para as famílias recém assentadas. Exemplo disso, é a reforma realizada na estrada que liga a comunidade a BR 101, na Palestina. 

“Nosso objetivo é continuar trabalhando, mesmo com um cenário complexo de nossa economia. Porém, é necessário apertar aqui e ali para garantirmos alternativas importantes e avançarmos com a pauta da Reforma Agrária em nosso município que possui um grande contingente de assentamentos”, pontua Nestor.


O Deputado Valmir destaca o processo organizativo do MST e a unidade política que precisa existir para avançar significativamente com as políticas estruturais dos assentamentos do MST. 

“Nós fazemos parte de um processo nacional e lutamos para que a Reforma Agrária seja efetivada e isso depende do nosso nível de organização, pois estamos afrontando a propriedade privada e construindo a democratização da terra. São estes elementos que precisam dialogar com a sociedade e cobrar da gestão pública mudanças e avanços que já foram apontados por este coletivo”, disse. 

Valmir afirma ainda que existem muitos desafios pela frente e é necessário construir unidade para continuar conquistando mais latifúndios improdutivos. 



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